"Você gostaria de poder diminuir a criminalidade? Melhorar a qualidade da educação e da saúde? Elevar a renda das famílias? E por onde começaria?" 

Existem tantos problemas que precisam de soluções, que muitas vezes não sabemos por onde começar. E se eu te falar que deveríamos começar ainda na Primeira Infância? Vamos entender primeiro quais são os benefícios da aplicação de politicas públicas adequadas a infância. Para isso, vou usar de alguns exemplos para explicar rapidamente como funciona o desenvolvimento do sujeito, levando sempre em conta que este é um sujeito completo. 

“(...) O desenvolvimento infantil é um processo pontuado por conflitos. Conflitos de origem exógena, quando resultantes dos desencontros entre as ações da criança e o ambiente exterior, estruturado pelos adultos e pela cultura. De natureza endógena, quando gerados pelos efeitos da maturação nervosa. Até que se integrem aos centros responsáveis por seu controle, as funções recentes ficam sujeitas a aparecimentos intermitentes e entregues a exercícios de si mesmas, em atividades desajustadas das circunstâncias exteriores. Isso desorganiza, conturba, as formas de conduta que já tinham atingido certa estabilidade na relação com o meio” (Galvão, 1995) 

Tudo bem, se esse individuo não é um ser que podemos dividir em diversas partes e então trabalhar individualmente com cada uma delas, isso significa que todas são, de certa forma, ligadas e afetadas em seu funcionamento, certo? 

Exato! Ou seja, quando o sujeito se desenvolve bem em um de seus pilares (já vamos falar mais sobre eles), a sua base fica mais forte. Quanto maior suporte essa criança em desenvolvimento tiver para crescer e amadurecer, maiores capacidades ela terá de o fazer em sua totalidade. Mais quais são esse pilares? Podemos citar três deles importantíssimos na primeira infância:  

Arquitetura do Cérebro: Apesar de ter início junto a vida da criança, esse pilar é muito suscetível a mudanças, as principais ocorrendo ainda na primeira infância. Por mais que a criança tenha uma estrutura formada, ao longo da vida diversos estímulos podem modificar essa área dependendo de suas experiências. 

Acolhimento Maternal: Essas experiências tão marcantes, geralmente ocorrem devido aos relacionamentos que a criança mantém com as pessoas mais próximas e frequentes em sua vida, como pais, parentes e cuidadores em geral. Pense em uma criança que conhece termos como amor, carinho e cuidado como sinônimos de bater, apanhar ou sofrer, quem sabe ainda, nem conhece esses termos. Um lar afetuoso oferece a criança a chance de ter conhecimento sobre o que significa ser amado e vai além, mostra, sem mesmo ter que explicar com palavras, como essa criança poderá, futuramente, passar esse comportamento de amor adiante. 

Políticas Públicas: São conjuntos de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente. Lidamos diariamente com os eventos proporcionados pelo Estado, mas nem sempre estamos atentos para os programas que deveriam ter prioridade – as políticas públicas da primeira infância. Mas talvez você se pergunte, qual o motivo dessa escolha? 

Bom, vamos nos aprofundar mais nesse último item: 

As mudanças que ocorrem nessa pilastra afetam diretamente todas as outras duas que já falamos, pois lembre-se, estamos falando de relações. Ao incentivar medidas que atinjam diretamente a primeira infância, estaremos lidando com problemas atuais, mas também evitando diversos problemas futuros. Planos desenvolvidos pensando ainda na primeira infância são econômicos. Esses planejamentos, quando bem arquitetados, evitam que mais tarde, haja a necessidade de pensar em diversos outros modos de contenção e correção. 

Quando atentamos para ações que evitem a pobreza dos responsáveis por essas crianças, evitamos, por exemplo, a desnutrição, assim, a criança não corre tantos riscos de ter problemas físicos ou psicológicos decorrentes da escassez de comida. Serviços de saúde preventiva quando executados corretamente, tem o mesmo efeito, proporcionando a essa criança meios de crescer e explorar todo o seu potencial. A qualidade e segurança dos locais mais frequentados por essa criança, como creches e sua vizinhança, servem do mesmo propósito, possibilitando a base para um adulto mais saudável e consciente de seu dever em proporcionar o mesmo ambiente para as próximas gerações. 

O sujeito bem desenvolvido conseguirá transitar entre todos esses pilares sem grandes dificuldades, esse indivíduo conseguirá então, ter qualidade de vida. 

Referências:

GALVÃO, I. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.

Vídeo:


No que se refere ao brincar, Queiroz et al (2006) discorrem sobre o quanto é comum, e o quanto é recorrente nas prática socioculturais das sociedades contemporâneas essa ação infantil, mostrando ainda que apesar do trabalho infantil que se insere sobre o segmento social menos privilegiado (de baixa renda), reforça por meio de Siaulys (2005) que a brincadeira para a criança permite a vivência lúdica e o descobrimento de si, apreendendo sobre a realidade e desenvolvendo seu potencial criativo.
Dando suporte ainda maior relevância do brincar para o desenvolvimento infantil, Cordazzo e Vieira (2007), respaldados por autores afirmam:

“A brincadeira é a atividade principal da infância. Essa afirmativa se dá não apenas pela freqüência de uso que as crianças fazem do brincar, mas principalmente pela influência que esta exerce no desenvolvimento infantil. Vygotsky (1991) ressalta que a brincadeira cria as zonas de desenvolvimento proximal e que estas proporcionam saltos qualitativos no desenvolvimento e na aprendizagem infantil. Elkonin (1998) e Leontiev (1994) ampliam esta teoria afirmando que durante a brincadeira ocorrem as mais importantes mudanças no desenvolvimento psíquico infantil. Para estes autores a brincadeira é o caminho de transição para níveis mais elevados de desenvolvimento”. (CORDAZZO E VIEIRA, 2007 APUD VYGOTSKY, 1991; ELKONIN, 1998; LEONTIEV, 1994).

Cordazzo e Vieira, no que diz respeito à brincadeira, deixam claro todos os fatores que permeiam o brincar, e ressaltam as dimensões deste fenômeno, que deixando de ser uma simples ação, ganha importância e significado: 

“A brincadeira, seja simbólica ou de regras, não tem apenas um caráter de diversão ou de passatempo. Pela brincadeira a criança, sem a intencionalidade, estimula uma série de aspectos que contribuem tanto para o desenvolvimento individual do ser quanto para o social. Primeiramente a brincadeira desenvolve os aspectos físicos e sensoriais. Os jogos sensoriais, de exercício e as atividades físicas que são promovidas pelas brincadeiras auxiliam a criança a desenvolver os aspectos referentes à percepção, habilidades motoras, força e resistência e até as questões referentes à termorregulação e controle de peso (SMITH, 1982)”. “(...) Outro fator que pode ser observado na brincadeira é o desenvolvimento emocional e da personalidade da criança. Para Friedmann (1996) e Dohme (2002) as crianças têm diversas razões para brincar, uma destas razões é o prazer que podem usufruir enquanto brincam. Além do prazer, as crianças também podem, pela brincadeira, exprimir a agressividade, dominar a angústia, aumentar as experiências e estabelecer contatos sociais. Mello (1999), em sua tese doutoral, ao estudar crianças vítimas de violência física doméstica constatou que, pela brincadeira, as crianças elaboram as experiências traumáticas vividas, pois os conteúdos expressos no brincar têm relação com suas histórias. Em conformidade com estes estudos Melo e Valle (2005), em uma discussão sobre a influência do brincar no desenvolvimento infantil, acrescentam que o brinquedo proporciona a exteriorização de medos e angústias e atua como uma válvula de escape para as emoções”.“(...) Os aspectos simbólicos de sociabilidade, linguagem e cognição também são estimulados na brincadeira. O jogo é uma maneira de as crianças interagirem entre si, vivenciarem situações, manifestarem indagações, formularem estratégias e, ao verificarem seus erros e acertos, poderem reformular sem punição seu planejamento e suas novas ações”. (CORDAZZO E VIEIRA, 2007 APUD SMITH, 1982; FRIEDMANN, 1996; DOHME, 2002; MELLO, 1999; MELO E VALLE, 2005).

Para confirmar tudo o que foi dito até então, Queiroz et al (2006) finaliza dizendo: 

“Assim, a brincadeira é cada vez mais entendida como atividade que, além de promover o desenvolvimento global das crianças, incentiva a interação entre os pares, a resolução construtiva de conflitos, a formação de um cidadão crítico e reflexivo (Branco, 2005; DeVries, 2003; DeVries & Zan, 1998; Tobin, Wu & Davidson, 1989; Vygotsky, 1984, 1987)”. (CORDAZZO E VIEIRA, 2007 APUD BRANCO, 2005; DEVRIES, 2003; DEVRIES & ZAN, 1998; TOBIN, WU & DAVIDSON, 1989; VYGOTSKY, 1984, 1987).

Referências:

QUEIROZ, Norma Lucia Neris de; MACIEL, Diva Albuquerque; BRANCO, Angela Uchôa. Brincadeira e desenvolvimento infantil: um olhar sociocultural construtivista. Paidéia (Ribeirão Preto) [online], v. 16, n. 34, p. 169-179, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/paideia/v16n34/v16n34a05.pdf>. Acesso em: 30 nov. 2010. doi: 10.1590/S0103-863X2006000200005.

CORDAZZO, Scheila Tatiana Duarte; VIEIRA, Mauro Luís. A brincadeira e suas implicações nos processos de aprendizagem e de desenvolvimento. Estud. pesqui. psicol.,  Rio de Janeiro ,  v. 7, n. 1, jun.  2007 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812007000100009&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  01  dez.  2015.


Nas últimas décadas, o papel do pai tem passado por diversas transformações, desde o chefe autoritário da família, até apenas o suporte financeiro da mesma. Todas essas transformações históricas e sociais estão ocorrendo desde o século passado, e ainda não chegaram ao seu final. No ponto de vista bíblico, o pai é o provedor material, moral e espiritual do filho, sendo essencial para a formação da vida religiosa na família. 

Segundo Freud (1910), “na maioria dos seres humanos, tanto hoje como nos tempos primitivos, a necessidade de se apoiar numa autoridade de qualquer espécie é tão imperativa que seu mundo desmorona se essa autoridade é ameaçada”. O pai é um modelo ao qual os jovens tentam se identificar. Na ausência dessa figura paterna, os filhos irão procurar outros modelos, que podem estar bem distantes do ideal. Por isso é necessário que se tenha um pai presente, capaz de transmitir os valores e garantir o seu desenvolvimento saudável.

Cavalcante (1995), apoiada na teoria junguiana, diz que o arquétipo do pai é o símbolo que promove a estruturação psíquica da criança e lhe permite abrir-se para o horizonte de novas possibilidades. Ou seja, a figura paterna assuma uma enorme responsabilidade na inserção do filho em seu meio social. A ausência paterna pode gerar conflitos nos desenvolvimentos psicológicos e cognitivos da criança, bem como influenciar o desenvolvimento de distúrbios de comportamento, como afirmam Eiziriki e Bergamann (2004).

Pfiffner, McBurnett e Rathouz (2001) estudaram a associação entre a ausência paterna e características anti-sociais familiares, e seus resultados apontam que famílias com o pai morando em casa tem menos sintomas anti-sociais, concluindo que o comportamento anti-social em qualquer membro da família é mais provável se o pai é ausente ou não participativo. 

Pode-se concluir que a presença do pai na vida de um filho é tão fundamental quanto a presença da mãe, pois ele complementa e reforça o modelo dado pela mãe, onde os dois assumem papéis de autoridade e de afeto.

Você pode ler mais sobre isso nos seguintes sites:



E no seguinte artigo:

BENCZIK, Edyleine Bellini Peroni. A importância da figura paterna para o desenvolvimento infantil. 2011

Que pode ser encontrado no link abaixo:



Nas palavras de Campos e Souza (2003):

“A contemporaneidade tem-se caracterizado pelas relações de produção e de consumo permeando as interações sociais. Temos acompanhado mudanças nas relações estabelecidas entre adultos e crianças, bem como o surgimento de uma nova produção da subjetividade em função da organização do cotidiano pela mídia e o modo como a experiência das crianças, dos jovens e dos adultos vem se transformando na sociedade de consumo. Portanto, crianças, adolescentes e adultos alteram suas relações intersubjetivas a partir das influências que a mídia e a cultura do consumo exercem sobre todos nós”. (CAMPOS E SOUZA, 2003).

Ainda segundo depoimento concedido a Campos e Souza (2003):

“Joana, 13 anos, nos dá sua versão sobre as famílias contemporâneas: Joana – [Referindo-se a crimes cometidos por crianças e adolescentes, violência nas escolas...] Os pais são aqueles pais que trabalham o dia inteiro, ficam em casa pouquíssimo tempo e mesmo assim nos finais de semana ainda vão trabalhar. Não ficam com o filho. Aí o filho liga pro trabalho: `olha pai, às nove horas eu tô saindo de casa e não sei que horas que eu volto`. O pai não está nem se preocupando - até porque o trabalho está na cabeça de todo pai e toda mãe. Aí as pessoas já pensam assim: `vou fazer aquilo pra chamar a atenção do meu pai`... Eu acho que foi até por isso que, certas pessoas, assim, na nossa classe, acontece isso”. (CAMPOS E SOUZA, 2003).

A partir do que podemos observar pelas considerações de Silveira (2000):

“Para Castro, uma das questões que mais tem promovido uma possível ruptura quanto ao tipo de sujeito infantil que hoje experimentamos no meio urbano brasileiro diz respeito a dos espaços por onde circulam adultos, crianças e jovens. Segundo ela, cada vez mais esses espaços são diferenciados e compartimentalizados, suas estruturas tanto refletem como determinam o que ela chama de sociabilidades emergentes. E é dentro desses novos espaços que novas relações são possíveis e se estabelecem. A própria inserção do jovem e da criança na vida urbana corresponde não só a uma delimitação de espaços como também à ausência da figura do adulto, que permanece menos tempo em casa devido às atividades profissionais”. “(...) Mas nem todo lugar é oferecido à circulação, principalmente da criança. É nesse sentido que Castro observa haver uma demanda muito grande de crianças que passam boa parte de seu tempo.

diário em frente à televisão. Essa condição urbana de enclausuramento doméstico favorece outra inserção que não aquela do espaço urbano, devido à abrangência de telespectadores infantis que atinge. É a inserção em outras redes simbólicas de subordinação cultural que se dá por meio do ato de assistir à televisão”. “(...) Castro diz que nessa nova relação em que o adulto não está presente o modelo pedagógico de educação familiar, alicerçado na autoridade e na tradição, é substituído pela pedagogia dos mass mídia, utilizando-se do apelo ao consumo e ao arrebatamento pelo olhar. Tal estatuto pedagógico da mídia, em particular a exercida pela TV, além de questionar o que a criança aprende na família e na escola, produz novas formas de a criança perceber-se e reconhecer-se, assim como aos outros e ao mundo onde vive”. (SILVEIRA, 2000 APUD CASTRO, 1999).

Reforçam mais Campos e Souza (2003):

“Segundo Postman (1999), após a invenção do telégrafo por Morse, a informação passou a ter um caráter anônimo, descontextualizado, tornando as diferenças entre culturas irrelevantes. “O telégrafo criou um público e um mercado [não só] para a notícia fragmentada, descontínua e essencialmente irrelevante, que até hoje é a principal mercadoria da indústria da notícia” (p. 85). O telégrafo foi o precursor das mudanças que o seguiram: prensa rotativa, fotografia, telefone, cinema, rádio, TV (e, mais recentemente, a Internet), tornando impossível o controle da informação, modificado em sua forma, havendo hoje uma preponderância de imagens. Tais mudanças trouxeram conseqüências para a infância, retirando da família e da escola o controle da informação, alterando o tipo de acesso das crianças e dos adolescentes à informação. A imagem da televisão, por exemplo, está disponível a todos, independente da classe ou idade. “Na TV, tudo é para todos” (p. 93). Não há distinção criança/adolescente/adulto/idoso ou indiferenciação quanto a seu acesso. É só ligar a televisão”. (CAMPOS E SOUZA, 2003 APUD POSTMAN, 1999).

Campos e Souza (2003) afirmam:

“A mídia invade nosso cotidiano. A criança e o adolescente de hoje não conheceram o mundo de outra maneira - nasceram imersas no mundo com telefone, fax, computadores, televisão, etc. TVs ligadas a maior parte do tempo, assistidas por qualquer faixa etária, acabam por assumir um papel significativo na construção de valores culturais. A cultura do consumo molda o campo social, construindo, desde muito cedo, a experiência da criança e do adolescente que vai se consolidando em atitudes centradas no consumo”. (CAMPOS E SOUZA, 2003).

Para complementar, segue outro relato de Campos e Souza (2003):

“Marcela, uma adolescente, diz o seguinte sobre a infância contemporânea: Marcela - Eu acho que a criança de hoje ela está muito precoce pras coisas. Tem muita coisa que eu acho errado, por exemplo: uma garota de quatro anos botar um shortinho da Carla Perez, topizinho... Eu acho isso horrível! Eu acho muito precoce! Pois é, eu acho que é influência da televisão, é achar bonito. Ninguém mais acha bonito Sítio do Pica-pau Amarelo, que era uma coisa educativa. Hoje todo mundo... Vamos ver o programa do Raul Gil, do Faustão, que vai ter a bunda lá da Carla Perez. Gente! Eu acho que poderia trabalhar essa coisa precoce da criança de hoje mais voltada pra outro lado, entende? Tem criança de cinco anos hoje que está dançando? Beleza! Vamos dançar! Então vamos botar numa aula legal, em vez de estar dançando a música do Tchan”.

SE EU AMO MEU BEBÊ POR QUE ME SINTO ASSIM? SOU A PIOR MÃE DO MUNDO! NINGUÉM SE SENTE ASSIM

Essas são algumas frases comumente ouvidas por alguma mãe que passa por uma depressão pós-parto. Todas as pessoas ao redor daquela mãe estão felizes, encantadas e em uma nuvem de alegria pelo nascimento daquele bebê exceto a própria mãe. Com esse sentimento vem a solidão e rejeição própria. Porém é necessário deixar saber aquela mulher que ela não esta sozinha e o quanto é comum a vulnerabilidade após o parto. 

Comumente é conhecida nos Estados Unidos como Baby Blues é uma reação emocional que desencadeia-se após alguns dias ou semanas depois do parto. Aproximadamente entre 10 a 15% das mães sofreram de uma depressão clinica ou ansiedade após o parto e acreditam não poder cuidar do seu filho da melhor maneira, outras mulher tem medo de chegar a machucar o seu filho.

Na nossa sociedade esse transtorno é difícil de ser lidado pois a existência de sentimentos negativos na maternidade é repugnado. A maternidade é vista como um presente, o momento mais glorioso do corpo feminino é a mulher tem que estar extremamente grata por cada um dos momentos e não reclamar. Toda essa imagem vem inspirada na Virgem Maria que sem dores, sem relações sexuais deu a luz o menino Jesus. Assim, quando uma mãe esta descontente ou irritada após o parto ela é vista como mal agradecida. 

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO?

Dificuldade para dormir
Agressividade
Ansiedade
Perca de interesse em atividades que antes eram interessantes
Dificuldade para se concentrar
Mudança nos hábitos alimentares
Ansiedade e preocupação
Mau humor e irritabilidade
Dores de cabeça e dores musculares
Sentimentos negativos e sentimentos de culpa

A DEPRESSÃO PÓS-PARTO PODE INFLUENCIAR O DESENVOLVIMENTO INFANTIL?

Sim e não. Um bebê ou uma criança são sedentos de apego, carinho e proteção e a primeira fonte que vão em busca são das mães, aquelas onde passaram 9 meses dentro de um calor e aconchego. Ao deparar-se com a depressão pós-parto a criança fica impossibilitada de criar laços tão efetivos quanto poderia ser com a própria mãe.

Conforme Klaus e cols. (2000), a depressão pós-parto pode ter sérias implicações para o bebê. Uma série de estudos mostram uma associação entre depressão materna e problemas posteriores do desenvolvimento, incluindo transtornos de conduta, comprometimento da saúde física, ligações inseguras e sintomas de depressão. 

     Sabemos que esse vinculo mãe-filho tem sido tratado como fundamental para o desenvolvimento infantil. Porém nos últimos anos estudos tem sido realizados e a possibilidade de um desenvolvimento normal infantil com um vinculo familiar que não seja a mãe é possível sim. A influência dos pais tem tanto peso quanto a influência da mãe.

Segundo Maldonado (2000), em muitas teorias tradicionais do desenvolvimento, enfatiza-se bastante o papel da relação mãe-filho na formação da personalidade da criança. No entanto, os estudos sobre os aspectos de interação no relacionamento familiar têm predominado nas últimas décadas.

O que está claro é a necessidade do tratamento de uma depressão pós-parto e que ela pode acarretar a possíveis deficiências no desenvolvimento de uma criança tanto psicologicamente como fisicamente pois até o vinculo de mãe lactante e o filho pode ser perdido e os estudos das deficiências de crianças que não tiveram a oportunidade de ter acesso a leite materna são incontáveis. 

Também, ressaltar que um psicólogo é o profissional mais adequado para determinar se realmente aquela mãe esta sofrendo de uma depressão pós-parto, é importante conhecer as diferencias entre variâncias de humor normais e aquelas da depressão pós-parto. O que pode causar uma depressão pós-parto está entre fatores bioquímicos, fatores ambientais, psicológicos e genéticos. 

O QUE FAZER PARA TRATAR A DEPRESSÃO PÓS-PARTO?  

Sabemos que além de procurar o profissional mais adequado e continuar com o tratamento clinico podemos fazer outras coisas simples no dia-a-dia.

Seja calma e pense em você. Você tem tudo que precisa? Durma um pouco, coma adequadamente.
Você não é uma péssima mãe. Também não é a única, não se sinta culpada.
Peça ajuda. Peça ajuda aos seus familiares ou amigos para limpar ou cozinhar. 
Vá à rua. Leve seu bebê ao parque mais próximo, tente estabelecer uma conexão. Leve uma amiga ou seu companheiro.


FAMOSAS QUE SOFRERAM DE DEPRESSÃO PÓS-PARTO

GWYNETH PALTROW

MILA KUNIS

DREW BARRYMORE

CELINE DION





JEAN PIAGET: Nasce em Neuchâtel na Suiça no dia 9 de agosto de 1896 e morre em Genebra no dia 16 de setembro de 1980. Sua teoria é a do desenvolvimento cognitivo e epistemológico genético. 
Segundo Piaget o desenvolvimento humano existe quando um conjunto de relações interdependentes acontece entre um sujeito conhecedor e um objeto a ser conhecido. "O conhecimento não procede nem da experiência única dos objetos nem de uma programação inata pré-formada no sujeito, mas de construções sucessivas com elaborações constantes de estruturas novas" (Piaget, 1976 apud Freitas 2000:64) 

Ele também relata existirem uma série de níveis de desenvolvimento:

ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR ( DO NASCIMENTO AOS 18 MESES)
ESTÁGIO PRÉ-OPERATÓRIO (OU INTUITIVO) (DOS 18 MESES AOS 6/7 ANOS)
ESTÁGIO OPERATÓRIO-CONCRETO (DOS 6/7 AOS 10/11 ANOS)
ESTÁGIO OPERATÓRIO-FORMAL (DOS 10/11 EM DIANTE)


JOHN BOWLBY: Nasce dia 26 de fevereiro do ano 1907 em Londres e morre na Ilha de Skye dia 2 de setembro de 1990. Sua teoria é a Teoria do Apego e se influencio da Etologia, um estudo de Konrad Lorenz (1935) do processo de imprinting. 
Segundo Bowlby primeiras relações estabelecidas na infância afetam o padrão de apego ao longo da sua vida. Se esses processos são interrompidos podem acarretar transformações na imagem de self e o desenvolvimento em geral.

Como Piaget ele também relatou alguns níveis de desenvolvimento na sua teoria:

ORIENTAÇÃO E SINALIZAÇÃO SEM FOCO, 
FOCO EM UMA OU MAIS FIGURAS 
COMPORTAMENTO COM BASE SEGURA.


URIE BRONFENBRENNER: Nasce dia 29 de Abril de 1917 e falece no dia 25 de setembro de 2005. Ele é russo porém foi criando nos EUA. Sua teoria é a Bioecologica que segundo explica como estamos nos desenvolvendo contextualmente. Entendido como “o conjunto de processos através dos quais as particularidades da pessoa e do ambiente interagem para produzir constância e mudança nas características da pessoa no curso de sua vida" (Bronfenbrenner, 1989, p.191).

Segundo Urie existem quatro níveis dinâmicos e inter-relacionados:

A PESSOA
O PROCESSO
O CONTEXTO 
O TEMPO. 


HENRI WALLON: Nasce dia 15 de 1879 e morre dia 1 de dezembro de 1962 em Paris na França sua teoria é conhecida como a Psicogênese da pessoa completa onde o Wallon concebe o homem como sendo genética e organicamente social e a sua existência se realiza entre as exigências da sociedade e as do organismo. 

A respeito das fases ele cita 5:

IMPULSIVO-EMOCIONAL  
SENSÓRIO-MOTOR E PROJETIVO 
PERSONALISMO   
CATEGORIAL 
ESTÁGIO DA ADOLESCÊNCIA

Existem diversos autores mais como:

LEV SEMENOVICH VYGOTSKY (1896 – 1934)  teoria sócio-interacionista
CELESTIN FREINET (1896 – 1966)
OVIDE DECROLY (1871 – 1932) 
MARIA MONTESSORI (1870 – 1952)
FRIEDRICH FRÖEBEL (1782 – 1852)
JOHANN HEINRICH PESTALOZZI (1746-1827)